Nos iba bien en nuestro nuevo hogar y tuve ocasión de conocer a un individuo que me ayudó mucho. Se trataba de un reverendo que impartía clases de Matemáticas y Física en la escuela. A primera vista parecía andar siempre por las nubes, pero era un hombre de una inteligencia que sólo podía compararse con la bondad que se esforzaba en ocultar tras una muy convincente personificación del científico loco del pueblo. Él me animó a estudiar a fondo y a descubrir las matemáticas. No es extraño que, tras unos años a su cargo, mi vocación por las ciencias se hiciese cada vez más clara. En principio quise seguir sus lasos y dedicarme a la enseñanza, pero el reverendo me soltó una reprimenda inmensa y me dijo que lo que tenía que hacer era ir a la universidad, estudiar Física y convertirme en el mejor ingeniero que hubiese pisado em país. O eso, o me retiraba la palabra en el acto.
El Príncipe de La Niebla, Carlos Ruiz Zafón
Substituía-se “reverendo” por “meu pai”, “retiraba la palabra” por “não te pago as propinas” e fica quase a história da minha vida. :P
Ler estas histórias “juvenis” de Zafón tem-se revelado a melhor surpresa literária dos últimos tempos. El Palacio de La Medianoche tem-se revelado delicioso, mesmo daqueles livros de comer à colherada e de andar na rua de livro aberto. Aliás, descobri que custa muito menos subir a Alameda quando vou distraída do esforço físico, apesar de ainda reparar naquele indivíduo que me veio pedir dinheiro duas vezes, alegadamente porque tinha o carro sem gasolina e não o conseguia tirar dali, com umas 10 horas de diferença.
E ainda a propósito de livros, hoje ao fim da tarde consegui dar um saltinho à Feira do Livro. Tantas tentações!
E nem a propósito, um dos blogs Freshly Pressed do WordPress: http://deborah-bryan.com/2011/05/09/reading-while-walking/
Comecei a ler o teu livro ‘El Palacio de la Medianoche’.
É o primeiro livro que leio em espanhol e estranhei um pouco de início, mas agora a estória já sai fluída sem sequer dar pelo idioma :)
Estou a gostar; tanto que no outro dia (talvez inspirado por este teu artigo) dei por mim a lê-lo a andar para o técnico!
E das duas uma, ou as pessoas me evitavam ou sou um exímio readwalker
Antes de começar esse, li “La Biblia de Barro”: 767 páginas, durante 50 das quais ainda me ia lembrando que estava a ler noutra língua, e restantes lidas com muita facilidade. Parece que não, mas aquele semestrezinho em que nos inscrevemos no Espanhol deu para tomar balanço. :)
Já acabei o “El Principe de la Medianoche” e gostei ainda mais do que desse. Não pela história, mas pela escrita, que me fez voltar atrás no tempo, até aos 12 anos. :) Ainda bem que os li por esta ordem!
Também me acontece esse fenómeno de não ir contra ninguém… Será que as pessoas já estão “condicionadas” para se desviarem dos leitores ambulantes?
Sim, verdade, o curso de iniciação de castelhano não me ensinou grande coisa, mas deu a confiança necessária ao meu portunhol para ler este livro.
Próximo semestre devo-me meter no francês. Gostava de aprender a falar um francês fluente em vez do Foux de Fa Fa
Eu se visse uma pessoa a ler na minha direcção não esperava que fosse ele o primeiro a desviar-se =P
Eu também adorava aperfeiçoar o Francês, mas tenho visto e os horários têm sido incompatíveis. :(
Se/quando souberes que vai haver inscrições, pleeeease avisa-me!